A manhã começou com o céu encoberto, e nuvens cinzentas se agrupavam sobre os prédios altos da cidade, como se o clima antecipasse que algo estava prestes a mudar.
Luna chegou cedo ao Grupo Bragança. A recepção ainda estava silenciosa, os corredores quase vazios. Ela gostava daquela calmaria, do som baixo dos elevadores e do aroma de café recém-passado vindo da copa do segundo andar. Era nesses momentos que organizava os pensamentos antes que o dia a engolisse.
Seu primeiro compromisso era com o setor jurídico. Havia contratos a revisar, especialmente com uma empresa terceirizada responsável pela segurança das sedes regionais. Ultimamente, tinham ocorrido falhas de comunicação e trocas de códigos que não batiam com os registros internos.
— Não gosto disso — disse ela, virando-se para Davi, o novo coordenador de compliance. — Os relatórios estão inconsistentes. Alguém está apagando ou alterando informações.
— Já estou investigando com a TI. Mas confesso que é estranho. Tudo indica que