O jatinho particular cortava os céus rumo a Dubai, deixando para trás não só um país, mas também uma trilha de mentiras, traições e segredos mal enterrados. Carolina sentava-se confortavelmente em uma das poltronas luxuosas, pernas cruzadas, taça de champanhe nas mãos, olhando pela janela como se fosse a dona do mundo.
— Você tem certeza que isso vai funcionar? — a mulher ao lado perguntou, com um tom ansioso. Era Silvia, mãe de Leonel, visivelmente desconfortável e acuada.
— Claro que vai. — respondeu Carolina, jogando os cabelos para trás, com aquele sorriso afiado. — Você acha que eu passei anos da minha vida sendo subestimada à toa? Isso aqui, Silvia, é sobre liberdade. Sobre controle. E, principalmente, sobre fazer Leonel entender que não é ele quem dita as regras.
Silvia apertou as mãos no colo.
— Mas... sequestrar sua própria mãe postiça? Você acha mesmo que isso vai acabar bem?
Carolina virou-se para ela, o olhar gelado como uma lâmina.
— Oh, querida. Você não foi sequestrada.