O silêncio da manhã parecia ter outro peso agora. O céu estava limpo, de um azul claro reconfortante, e pela primeira vez em meses, Luna acordou sem medo. A propriedade dos Bragança onde estavam abrigados após os últimos acontecimentos se tornara um refúgio de verdade. As flores do jardim balançavam suavemente com a brisa, e o som dos pássaros se misturava com o aroma do café fresco vindo da cozinha.
Ela desceu as escadas usando um robe claro, os cabelos soltos nos ombros, e encontrou Leonel na varanda. Ele estava sentado, camisa branca com os primeiros botões abertos, olhando o horizonte com uma xícara em mãos. Os olhos dele estavam tranquilos, mas havia algo mais ali — algo que ela ainda não decifrava completamente.
— Bom dia — ela disse, a voz suave.
Leonel virou-se e sorriu. Um daqueles sorrisos raros, pequenos, mas que aqueciam.
— Bom dia, pequena. Dormiu bem?
— Melhor do que nos últimos tempos. Você?
Ele assentiu, batendo com os dedos no assento ao lado. Luna se sentou e encosto