O silêncio no escritório de Leonel era profundo, quebrado apenas pelo leve tilintar dos cubos de gelo em seu copo de uísque. O dia fora longo, e as revelações da reunião do Conselho ainda ecoavam em sua mente. A ideia de ter um irmão perdido, supostamente morto há décadas, voltava como um espectro a cada pensamento.
Luna entrou no cômodo sem fazer barulho. Ela carregava um tablet nas mãos, os olhos atentos aos arquivos que havia recebido de Gabriela minutos antes.
— Temos algo — disse, sua voz baixa mas firme. — Gabriela cruzou os dados das contas secretas do seu pai com registros internacionais. Encontrou uma movimentação incomum feita para uma instituição médica privada na Suíça.
Leonel ergueu os olhos.
— Que tipo de instituição?
— Psiquiátrica.
Ele se endireitou na cadeira, o olhar se tornando mais agudo.
— Há nome do paciente?
Luna assentiu, deslizando a tela do tablet até que o nome surgisse em letras claras.
— Caio Rafael Bragança.
Leonel ficou imóvel por um longo momento.
— Cai