A porta se abriu de repente, batendo contra a parede com um rangido alto. Tristan se virou, já pronto para soltar um resmungo furioso, mas a visão diante dele o fez congelar.
Helena estava ali, ensopada dos pés à cabeça. Seus cabelos grudavam no rosto, e a roupa fina colava-se à pele, deixando claro que a chuva não tivera piedade. Mesmo assim, ela sorria. Um daqueles sorrisos serenos que sempre o irritavam.
— Consegui boas ervas — anunciou, levantando um pequeno embrulho de pano, como se aquilo explicasse tudo.
Tristan estreitou os olhos.
— Você está pingando.
— Descobriu isso sozinho, brutamontes? — Ela arqueou uma sobrancelha, tirando a capa encharcada e pendurando-a perto da lareira. — Eu também cobri o curral. Os animais estão secos.
Tristan cruzou os braços.
— Você quase se afogou na tempestade por causa de algumas ervas e de um monte de bichos?
Helena revirou os olhos, como se ele estivesse falando algo completamente absurdo.
— Eles não podem cuidar de si mesmos. E as ervas não