A estrada se alongava diante deles, serpenteando entre colinas douradas e campos silvestres. O cavalo trotava devagar, como se também sentisse o cansaço que pesava nos corpos de Helena e Tristan. Eles haviam deixado para trás o mundo que os feriu — a vila, as chamas, os gritos. Agora, seguiam em direção ao desconhecido. Mas o desconhecido não os assustava mais. O passado havia queimado, e com ele, parte das correntes que os prendiam.
A brisa era diferente naquela nova terra. Trazia o perfume das flores do campo e de árvores que Helena não reconhecia. As cores pareciam mais vivas ali — o céu mais azul, a relva mais verde. Talvez fosse apenas o alívio, a liberdade pintando o mundo com tintas mais suaves.
Tristan cavalgava em silêncio, o olhar atento à estrada. Mas de tempos em tempos, seus olhos deslizavam para Helena, que segurava firme sua cintura, o rosto apoiado nas costas dele. Estava pálida, os traços marcados pelo trauma recente, mas havia serenidade em seus olhos, como se a próp