Em um gesto de carinho, ela levanta o braço e me puxa para mais perto. Passa a mão por trás do meu pescoço e me abraça. Fico parado por um instante, sem saber se devo ou não prosseguir. Seu corpo está relaxado. A ausência de tensão parece um sinal verde — então retribuo o gesto. O corpo dela, comparado ao meu, é pequeno e se encaixa perfeitamente. Apoio minha cabeça em seu peito e ouço o coração bater descompassado.
“Eva está tão apreensiva quanto eu. Mas será que sente por mim o mesmo desejo que me consome?”
A vontade de beijá-la é quase incontrolável. Sinto sua respiração mudar de ritmo — e isso, por si só, já responde minha pergunta. Mas ainda hesito. Não sei se é uma boa ideia.
A imagem do apartamento surge de novo. Aquela cena maldita insiste em me punir. Preciso me livrar dela. Desesperadamente. Me afasto só o suficiente para encarar seu rosto. Ela não se move. Talvez queira o mesmo que eu. Só há uma maneira de descobrir.
Aproximo nossos rostos. Nossos lábios estão a centímetros.