A sala de investigação parece uma extensão de casa.
Todos aqui dentro, assim como eu, passaram a última semana trancados entre essas paredes ou mergulhados nas cenas macabras e nos rostos das vítimas, que surgiram com uma frequência sufocante. Quanto mais investigamos, mais evidente se torna: estamos sendo arrastados por alguém que j**a com nossas mentes, testa nossos limites e desafia a lógica.
É quase impossível acreditar que só se passou — especificamente falando — oito dias desde que fui solto. Quatro dias desde que ouvi a palavra “inocente” sair da boca do juiz. E, ainda assim, todos os dias seguintes pareceram um novo ciclo de incerteza e dor.
Num Domingo como esse, qualquer cidadão comum estaria em casa, ou quem sabe assistindo a um jogo dos Yankees no Yankee Stadium, bebendo cerveja gelada, enquanto crianças disputam autógrafos nas arquibancadas. Mas minha vida nunca foi comum. Faz muito tempo que a ideia de rotina escapou pelas frestas do que me restava de normalidade. Trabalh