Os olhos não negam.
Ao ouvir a menção ao nome de Charles, o segurança involuntariamente denuncia sua surpresa. Os músculos da mandíbula se tencionam e eu vejo o lampejo de incômodo brilhar por trás da face séria e carrancuda.
— Ele foi chefe de segurança do Raul. Você já deve ter visto ele. — insisto.
No entanto, o homem permanece calado. Me observa com atenção, como se quisesse decifrar o real motivo da minha pergunta. Seu silêncio pesa no ambiente. Para mim, isso só significa uma coisa: ele sabe de algo e não pretende me contar — ao menos, não de livre e espontânea vontade.
Olho em volta. As pessoas continuam distraídas, mas noto um ou dois pares de olhos que nos observam de longe. Não quero criar um pretexto aqui, não agora. Mas a reação dele já me dá combustível suficiente para continuar minha investigação paralela.
— Bom, eu não vou ocupar mais o seu tempo. Mas, poderia me fazer um favor? — Me aproximo um pouco mais, o suficiente para que apenas ele ouça meu tom baixo. — Conte ao