Saio do prédio do departamento debaixo da garoa fina. No carro, tiro a jaqueta e confiro o pendrive que Theo me entregou. Ele continua intacto. Aproveito para ligar o para-brisa e discar para Eva. Como sempre — nos últimos dias — o telefone dá ocupado. Isso, nesse momento, me faz pensar no quão benéfico ou preocupante pode significar.
Olho meu reflexo no espelho retrovisor. Minha expressão cansada reflete a mente turbulenta e caótica. Encaro meus próprios olhos, decidindo se esta é a melhor decisão ou se estou pronto para as descobertas que possa fazer. Gostaria de dizer que sou cem por cento honesto, mas isso seria mentira. Não importa quantas mentiras eu conte, a verdade sempre toma cada vez mais uma forma que eu desaprovo.
Ligo a chave e sigo em direção ao consultório. Eva sempre leva o notebook de trabalho com ela — eu a vi levando pela manhã — e se quero descobrir o que esse projeto representa, não vou encontrar nada no computador do nosso escritório. Continuo tentando ligar para