Sala de parto.
A sala estava envolvida numa tensão palpável, só interrompida pelos gemidos da grávida enquanto fazia seu último esforço. Tomás apertava com força a mão de sua amiga, seu rosto cheio de preocupação. Havia perdido a conta de quantas vezes havia dito para ela respirar, que aguentasse um pouco mais, que conseguisse por sua filha. Mas Julieta estava exausta, seu corpo tremia de puro esforço.
— Não posso mais, ela não quer... sair — soluça de impotência.
— Vem outra contração e você já está coroando! Mais uma vez, Julieta! — disse o doutor, sem parar de observá-la com atenção— . Empurre, já quase consegue!
— Vamos, Julieta. Você é a mulher mais forte que já conheci — disse Tomás animando-a— isso é moleza, querida, minha sobrinha só é igual de difícil que o papai.
Julieta cerrou os dentes, e com um último grito dilacerante, empurrou com todas as forças que lhe restavam. Um instante depois, o choro forte de uma bebê encheu a sala.
— É uma menina! — anunciou o doutor com