Antes do almoço, Raul chegou na fazenda Bela Vista. Ainda caiam fortes pancadas de chuva quando ele se aproximou e estacionou em frente à casa grande.
Dionísio, que estava no estábulo, ouviu o barulho do ronco do motor e se apressou para ver de quem se tratava.
Ao se deparar com o cunhado, ele não o cumprimentou. Chegou perto e interrogou em tom elevado:
“Veio buscar sua mulher ou tomar nossa fazenda?”
Raul desceu de sua caminhonete com guarda-chuva e respondeu calmo, porém com um nó na garganta:
“Dionísio, meus pêsames pelo seu pai, sinto muito pelo que aconteceu. Hoje vim apenas conversar, será que podemos sentar?”
“Não posso sentar, tenho muita coisa para fazer. Mas você pode me acompanhar até o estábulo, se quiser.”
Raul o acompanhou.
No estábulo, ele reparou no cavalo que deu de presente ao sogro. Haviam, também, três vacas magras, um bezerro e algumas ovelhas.
“Onde estão os outros animais?”
“Não temos animais, perdemos boa parte com a seca. Outra grande parte meu pai