Rafaella ainda estava pálida. A leve tontura havia passado, mas um desconforto no estômago a incomodava. O chá que a empregada lhe trouxe — à pedido de Antonella — tinha um cheiro adocicado demais, e ao dar o primeiro gole, sentiu um embrulho forte.
— Não... melhor não — murmurou, deixando a xícara na bandeja.
Levantou-se devagar, ajeitando a camisola e o robe, e desceu as escadas com passos suaves. Ao se aproximar da sala, ouviu risos baixos e a voz de Antonella mais uma vez com um tom forçado de doçura.
— Preciso que os quartos sejam limpos com mais cuidado. Ah, e quero flores frescas na mesa do jantar. Santiago gosta de rosas brancas, sabiam? — dizia ela, sentada à cabeceira da sala, com um caderninho em mãos, como se coordenasse tudo.
Rafaella parou na escada, apoiando-se discretamente no corrimão. Observou a cena por instantes.
Antonella dava ordens às empregadas, caminhava pela sala, apontava onde deveriam mudar os vasos e cortinas. Usava uma blusa justa, quase provocante, e agi