Rafaella parou diante da porta do escritório. Respirou fundo, apertou as mãos suando contra o tecido do vestido. Seu coração parecia querer pular do peito. Sabia que precisava falar… mas temia as respostas.
Bateu duas vezes, leve, quase torcendo para ele não ouvir.
— Pode entrar. — a voz dele ecoou lá de dentro, firme, porém suave. — Você não precisa pedir permissão, Rafa. Nunca precisou.
Ela abriu a porta devagar. O cheiro dele, amadeirado, forte, tomou conta. Santiago estava sentado, papeis à frente, mas assim que ela entrou, largou tudo, focando apenas nela.
— Você precisa de alguma coisa? — perguntou, ajeitando o paletó, como quem tenta disfarçar a tensão que, no fundo, já sentia.
Ela forçou um sorriso, mas os olhos não acompanharam.
— Preciso conversar com você... — disse, baixando um pouco o olhar.
Ele assentiu, fez um gesto com a mão, indicando a cadeira à frente da mesa. Ela não sentou. Permaneceu de pé, abraçando os próprios braços, como se aquilo fosse protegê-la do que esta