Aldren governava o salão como se cada olhar fosse um súdito a ser conquistado ou esmagado.
Callista, sentada à cabeceira oposta, observava o modo como ele manejava as conversas: uma palavra para acalmar um aliado, um silêncio calculado para intimidar um adversário. Era um predador que não precisava mostrar as presas para que todos sentissem o perigo.
Desde a noite no corredor, ele a mantinha por perto — não como um ornamento, mas como alguém cuja presença tinha peso. E Callista sabia usar isso.
Nas reuniões, deixava comentários sutis sobre as falhas dos Vorns, sempre temperados com sorrisos, como quem apenas comenta o clima. Aos poucos, o mapa mental de Aldren se preenchia com imagens de rivais vulneráveis.
— Você tem a língua afiada — disse ele, uma noite, no escritório, derramando vinho nas taças. — E não é difícil perceber para onde aponta sua lâmina.
Ela se aproximou, o vestido deslizando como uma ameaça doce. — Só aponto para quem merece.
Aldren sorriu, lento. — Então talvez deva