Narelle chegou cedo ao prédio da empresa. O ar da manhã ainda carregava um frescor quase ingênuo, em contraste com o calor que se acendia sob sua pele desde a noite anterior.
Não dormira.
A lembrança de Rhaek — o toque gentil, os olhos que não a queriam como troféu, mas como verdade — martelava sob sua pele. E isso a desarmava.
Porque com Kael, tudo era guerra, colisão, prazer e domínio.
Com Rhaek… era silêncio que acolhia.
Mas quando as portas do elevador se abriram no andar executivo, ela soube que não conseguiria escapar da outra força que a puxava. Kael estava ali. Sentado à cabeceira da sala de briefing, os dedos entrelaçados sob o queixo, observando-a como um predador que percebe uma fissura nova em sua presa.
O olhar dele era mais afiado que o habitual.
Ela tentou manter o ritmo dos passos, o rosto impassível. Mas ele viu.
Viu a hesitação mínima no modo como ela ajustou a postura. Viu o desvio sutil dos olhos.
E soube.
Alguém havia mexido nela.
A reunião seguiu com naturalid