O sol mal havia tocado o horizonte quando Narelle deixou a cobertura de Kael. Caminhava pelo estacionamento subterrâneo com passos firmes e silenciosos, como se a noite anterior fosse apenas um borrão — mas cada músculo do seu corpo gritava o contrário. Sob a camisa de seda preta e o tailleur impecável, havia pequenas marcas roxas e avermelhadas, trilhas discretas de um domínio que ainda ardia sob sua pele.
Ao entrar no carro, ajeitou o retrovisor e encarou a si mesma. O rosto continuava perfeito, inexpressivo, mas os olhos...
Havia algo ali.
Algo quebrado e aceso ao mesmo tempo.
Durante o trajeto até a sede da empresa, revisou mentalmente sua agenda. Reunião com o setor de marketing, nova apresentação de dados sensoriais e — o ponto crítico — um almoço reservado com Rhaek, marcado antes de tudo aquilo acontecer.
Ela suspirou, como quem desce uma escada escura.
Não podia cancelar. Não agora.
Especialmente depois do que ele dissera na reunião.
Especialmente depois do que Kael fize