O envelope preto estava sobre a mesa havia horas. Intocado. Como se abri-lo fosse acionar uma bomba.
Mas ela já sabia o que dizia. Nem precisava romper o selo dos Vorn para entender.
Não era um convite. Não era um pedido.
Era uma convocação. Uma exigência velada.
‘O herdeiro existe. É hora de trazê-lo para onde pertence.’
O celular vibrou. Ela pegou antes mesmo do segundo toque. Sabia quem era.
— Narelle. — A voz de Kael veio carregada, tensa, mais rouca do que o habitual. — Eu vi. Já circula entre os Alfas.
Ela apertou o envelope com tanta força que quase rasgou.
— Sabia que isso ia acontecer. Só... não achei que fosse tão rápido.
Do outro lado, o silêncio dele doía mais do que qualquer palavra.
— Eles estão te pressionando, não é? — Ela quase sussurrou.
Kael respirou fundo, longo, pesado.
— Rhaek não precisa nem dizer nada, Narelle. A matilha inteira já fareja. Já sabe. Está... espalhado. — A voz dele falhou, amarga. — O herdeiro existe. E isso muda tudo.
Ela passou a mão no rosto,