Silêncios que Gritam
Caleb passou a madrugada inteira encarando a tela do computador, relendo a troca de e-mails. Cada linha era uma facada. Francine, a mulher que cuidou de Lucas nos primeiros meses após a morte de Sofi, mostrava agora uma face obscura, cruel e calculista.
Não era só sobre poder. Era obsessão. Um desejo doentio de possuir tudo o que um dia pertenceu à irmã.
No início da manhã, saiu de casa sem alarde. Passou pelo quarto de Lucas, deixou um beijo leve em sua testa e um bilhete carinhoso para Helena:
"Volto mais tarde. Cuide bem dele hoje."
Dirigiu até a promotoria, onde foi recebido por Clara Menezes, uma antiga colega de Sofi e hoje promotora de defesa da mulher.
Caleb confiava nela, tanto como profissional quanto como ser humano.
— Caleb? Ela franziu o cenho ao vê-lo, surpreso.
— Aconteceu alguma coisa?
— Preciso da sua ajuda, Clara. E é urgente.
Durante uma hora, Caleb expôs tudo:
Os relatórios forjados, os e-mails manipulados, os comentários ofensivos contr