Sinais de Esperança
Acordar era mais leve agora. As manhãs ainda vinham com pensamentos emaranhados, com dúvidas sussurradas enquanto Ava passava as mãos no ventre e conferia o tempo no celular. Mas havia algo novo, algo suave e crescente:
A sensação de pertencimento.
No espelho do banheiro, Ava observou o próprio rosto. As olheiras não desapareceram, mas os olhos pareciam menos vazios.
As marcas de dor ainda estavam lá, mas, por baixo, surgia uma expressão que ela quase não reconhecia:
A paz.
Vestiu-se com cuidado, calça jeans confortável, camisa de algodão solta, o jaleco por cima. Um colar simples com uma pedrinha azul que Helena havia lhe dado.
“Pra lembrar que você é oceano, não poça.”
Na clínica, as pacientes já se acumulavam na recepção. Um pequeno caos organizado. Ava sorria enquanto passava as fichas, chamava os nomes, anotava recados. Sentia-se viva, útil.
As palavras de Helena da noite anterior ainda ecoavam nela:
“Você floresce.”
Caleb passou por ela com um