A rotina a dois já não era novidade. O que era novidade… era o jeito como os espaços entre eles estavam cada vez menores.
Na sala, na cozinha, no corredor estreito do alojamento — tudo parecia colocar Adam e Sophia perigosamente próximos. E cada pequeno gesto, cada olhar mais longo, cada toque acidental… era uma faísca num campo de pólvora.
— Você não alcança a prateleira de cima? — Adam provocou, encostado à porta da cozinha, observando Sophia de pontas de pé tentando pegar uma lata.
Ela o olhou por cima do ombro, estreitando os olhos.
— Cala a boca, poste.
Ele deu um sorriso sacana, cruzando os braços.
— Eu posso pegar pra você. Ou... — aproximou-se, inclinando-se até ficar atrás dela — posso só te observar se debatendo. Tem seu charme.
Ela girou tão rápido que o cotovelo acertou de leve o peito dele.
— Para de ser insuportável.
— Não é minha culpa você ser baixinha.
— E não é minha culpa você ser um prédio de 90 andares.
Ela chutou a canela dele.
— Ai! — ele deu um passo pra trás,