Irina saiu do banho e sentou-se diante do espelho, penteando os cabelos com calma, mas com a mente fervilhando. A loba a observava de dentro, silenciosa, até murmurar:
— Você não precisa fugir… você precisa se tornar indispensável.
A frase fez Irina sorrir. Ela sabia que João adorava sentir-se no controle, mas também dependia dela mais do que admitia. Durante anos, Irina cuidara da casa, dos compromissos, dos mínimos detalhes. Sem ela, ele se perdia. Juli podia ser esposa, mas nunca seria prática ou estratégica.
Irina ergueu o olhar para o próprio reflexo, ajeitando uma mecha atrás da orelha.
— Secretária… — murmurou baixinho. — Se eu me tornar a mão direita dele, estarei dentro dos negócios, dentro da vida dele… e fora dessas paredes sempre que eu quiser.
Descendo as escadas, ela se aproximou do escritório. João estava concentrado em alguns papéis, franzindo a testa, enquanto Juli reclamava ao fundo sobre flores do jardim. Irina entrou silenciosa, mas propositalmente elegante, com pa