João saiu apressado, o som da porta batendo ecoou pela sala. O silêncio que ficou parecia denso, quase sufocante. Juli ajeitou os brincos, pronta para segui-lo, quando a voz de Irina cortou o ar como uma lâmina fina:
— Espere, Juli Você e eu ainda não terminamos.
Juli se virou devagar, já desconfiada. O olhar de Irina tinha um brilho perigoso, aquele tipo de luz que precede um veneno sendo servido em taça de cristal.
Sem pressa, Irina retirou o celular da bolsa e tocou a tela. O som ecoou no ambiente:
"… precisamos derrubar a Irina de uma vez… juntos, vamos destruir a confiança que ela construiu…".
As próprias palavras de Julie a atingiram como uma bofetada. O rosto dela perdeu a cor, e o sangue pareceu fugir de suas veias.
— Você… gravou isso?! — a voz dela saiu num sussurro desesperado.
Irina aproximou-se lentamente, os saltos fazendo eco no chão de mármore, até ficar tão perto que Julie pôde sentir o perfume dela, doce e enjoativo como uma armadilha.
— Gravei, sim. — disse Irina,