Algumas horas após a reunião, os corredores da corporação estavam mais silenciosos, a movimentação reduzida. A maior parte dos funcionários já tinha saído, restando apenas algumas luzes acesas e o brilho frio refletido nos vidros espelhados.
Irina caminhava discretamente pelo andar executivo quando ouviu vozes abafadas. Reconheceu de imediato: Julie e Santos.
Curiosa, aproximou-se em silêncio e se escondeu atrás da porta entreaberta da sala de reuniões secundária. O que viu fez seu coração acelerar, mas não de surpresa — e sim de satisfação.
Julie estava de pé, próxima demais de Santos, apontando papéis sobre a mesa. Ele, ao invés de se manter distante, inclinava-se levemente, o suficiente para que o espaço entre eles fosse mínimo. O tom da conversa era baixo, quase íntimo, como se não houvesse pressa em discutir negócios.
— … e essa parte do contrato é fundamental para manter a imagem da empresa sólida — explicou Julie, mas sua voz tremia um pouco.
Santos a observava com aquele olhar