A casa em que Juli crescera tinha um ar decadente, mas ainda preservava alguns traços de luxo antigo: cortinas pesadas, móveis de madeira escura e um perfume adocicado de velas queimando no ar. No centro da sala, ela estava sentada no colo de um homem.
A pele dele era clara como mármore, os cabelos longos e vermelhos caíam em ondas sobre os ombros, e seus olhos tinham um brilho selvagem, marcado por um tom âmbar que denunciava sua natureza: um lobo, mas não um comum.
Juli mantinha o olhar baixo, fingindo fragilidade, a postura de vítima perfeita. Seus dedos traçavam círculos suaves no peito dele enquanto sua voz saía doce, quase melosa:
— Ela… sempre ela. Irina não para de se colocar entre mim e o João. — fez uma pausa, levantando os olhos marejados de forma calculada. — Mas me diga, por que você… um alfa, com tanto poder… tem interesse nela?
O homem abriu um sorriso lento, perigoso. Seus dentes afiados brilharam sob a luz das velas. Ele segurou o queixo de Juli com firmeza, obrigando