O pai dela deu um passo em falso, o corpo inteiro avançando em direção a Eloise, como se quisesse romper a distância que os separava. Os guardas, no entanto, foram rápidos. Seguraram-no pelos braços, forçando-o a manter o rumo até a cadeira destinada aos réus. Ainda assim, ele não tirava os olhos dela, como se cada segundo fosse precioso, como se tivesse medo de que ela desaparecesse novamente.

Eloise, rígida no banco de madeira, manteve a expressão firme. Por dentro, estava em turbilhão. As lembranças da infância se misturavam com a imagem atual do homem algemado. Era difícil conciliar os dois. O pai que a carregava no colo, que lhe comprava presentes caros, que a ensinava a usar as palavras certas para impressionar. E agora, o homem acusado de crimes pesados, cercado por agentes da lei.

Um murmúrio percorreu a sala quando ele se sentou. Muitos jornalistas se inclinavam sobre os cadernos, os flashes ainda piscavam discretamente antes do início oficial da sessão. O juiz entrou, acompa