O relógio da sala de estar marcava pouco mais das oito da noite quando Eloise arrumou o cabelo em um coque rápido e jogou o roteiro em cima do sofá. A casa estava silenciosa, com exceção do leve barulho da chuva fina batendo contra as janelas. Desde que haviam começado a morar juntos, a rotina era imprevisivel, às vezes confortável demais, às vezes sufocante, mas sempre cheia de uma energia que ela não conseguia nomear.
Jason apareceu logo depois, descalço, camiseta preta e uma expressão tranquila demais para alguém que sabia o quanto aquele ensaio era importante. Trazia duas canecas fumegantes de chá.
— Para acalmar a senhorita Romile antes de destruir meu coração — disse ele, oferecendo uma das canecas.
— Obrigada — respondeu Eloise, aceitando com um sorriso contido. — Não se esqueça de que eu também tenho que lidar com você gritando no meu ouvido em algumas cenas.
Ele riu, encostando-se ao braço do sofá.
— Eu só grito porque o roteiro pede. No fundo, sou um anjo.
Ela arqueou as sob