A viagem para casa foi silenciosa no início, carregada de palavras não ditas. O zumbido baixo dos pneus contra o asfalto preenchia o silêncio entre eles, e embora Katherine mantivesse o olhar fixo nas luzes borradas da cidade do lado de fora da janela, ela podia sentir o humor de Phillip como uma tempestade se formando ao seu lado. Suas mãos agarravam o volante com mais força do que o normal, o maxilar travado, um músculo se contraindo a cada tique de sua raiva.
Ela sabia o porquê. E ela entendia.
Mesmo assim, era preciso falar.
— Eu sei que você está bravo. — disse ela, com a voz suave.
Phillip inspirou pelo nariz e expirou lentamente, como se estivesse medindo sua paciência.
— Não estou bravo.
Ela virou a cabeça, finalmente olhando para ele.
— Phillip.
Seu aperto no volante se flexionou, e ele soltou uma risadinha curta e sem humor.
— Tá, talvez eu esteja. Não com você, só... — Ele balançou a cabeça, com os olhos fixos na estrada. — Você ligou para o Eduardo primei