DAMIAN WINTER
O sol no seu auge quando estacionei em frente ao presídio.
Passei pela revista, entreguei o documento de autorização e caminhei pelos corredores estreitos e gelados do prédio. O som dos passos ecoava entre as paredes de concreto, o ar cheirava a umidade e desespero. Havia algo cruelmente irônico em ver meu pai ali dentro, um homem que dedicou toda a vida em demonstrar integridade, condenado por um crime que nunca cometeu.
Quando finalmente me conduziram à sala de visitas, encontrei-o já sentado, com o mesmo olhar firme de sempre. O tempo atrás das grades havia lhe roubado o vigor, mas não o caráter. Ele ergueu o rosto assim que entrei, e um pequeno sorriso, discreto e contido, surgiu no canto de sua boca.
— Você parece mais exausto que eu, Damian. — disse ele, sem rodeios.
— Acho que estou. — respondi, puxando a cadeira à frente dele. — Mas acho que finalmente encontrei algo que pode mudar o rumo de tudo.
Os olhos dele se estreitaram.
— O que descobriu?
Respirei fundo e