DAMIAN WINTER
Morales fez um gesto rápido, e naquele instante tudo pareceu parar. O ar ficou suspenso em meus pulmões, os segundos se alongaram, e cada fibra do meu corpo só tinha um foco: Danian. O rosto dele marcado pelo medo, os olhos arregalados pedindo socorro e o corpo trêmulo com medo da própria mãe.
O som do movimento tático que veio em seguida quebrou essa suspensão no tempo. Dois agentes surgiram pelas laterais, luzes cruzaram a escuridão, e Sophie se agitou. Seu braço tremeu, a lâmina ameaçando se aproximar demais da pele delicada do meu filho. O grito de Danian cortou meu peito como uma faca.
— Fiquem longe! — berrou ela. — Eu já disse!
Um dos policiais lançou uma granada de luz pela lateral. O clarão explodiu em branco, e Sophie instintivamente fechou os olhos. Foi o segundo exato que a equipe precisava. Morales avançou com um movimento limpo, derrubando a faca da mão dela. Outro agente puxou Danian para trás com rapidez, e o meu filho se soltou num choro estrangulado.