DAMIAN WINTER
O carro deslizava pela rua sem que eu percebesse direito. O telefone vibrava com mensagens do delegado Morales e com a confirmação de que a equipe estava no lugar.
Chegamos ao galpão ao mesmo tempo que a viatura de Morales. A construção era uma caixa escura encostada numa rua secundária, tempo e abandono grudados nas paredes. Havia luzes fracas por dentro, o suficiente para perceber formas, mas nada nítido. Morales pegou meu braço, olhou-me com a expressão séria de sempre.
— Winter... — sussurrou — estamos prontos. Equipe tática posicionada nos pontos de entrada. — confirmou, com o rádio já na mão. — Quando eu der o sinal, a gente entra.
Olhei para a porta de ferro. Meus dedos ficaram rígidos.
— Faça o que for preciso — falei curto.
Morales assentiu. A equipe se moveu com a precisão de algo que já foi replicado muitas vezes em sua cabeça, com passos sem barulho e gestos mínimos. O delegado aproximou-se do microfone. Um dos agentes táticos ficou ao meu lado com uma lant