Naquela manhã, Duarte estava encostado ao carro preto estacionado a poucos metros da escola. O relógio marcava dez e quarenta e cinco. O som alegre das crianças ecoava do pátio, misturado a risadas, gritos e passos correndo no cimento. Entre elas, Norabel brincava despreocupada, o laço rosa no cabelo balançando com os movimentos.
Duarte manteve os olhos fixos na menina até tirar o telefone do bolso e discar.
— Senhor Vicente. — disse com a calma de quem não sente peso algum. — É agora. Recreio.
Do outro lado da linha, Vicente sorriu.
Pouco depois, o carro de luxo deslizou até a entrada da escola. Ele saiu trajando um terno claro, os óculos escuros ocultando o brilho febril dos olhos. Algumas mães que aguardavam os filhos o cumprimentaram discretamente, impressionadas pela sua presença imponente. Vicente ignorou os olhares e entrou, anunciando-se como pai de Norabel.
Quando a menina o viu, soltou um grito de alegria. — Papai!
Correu até ele e se atirou em seus braços. Vicente a levanto