O silêncio da sala foi rompido pelo som da porta batendo contra a parede. Vicente permanecia diante de Alexia, os olhos cravados nela como lâminas afiadas. A respiração dele era pesada, quase animalesca, e a mão ainda segurava firme o braço dela.
— Você enlouqueceu? — Ele cuspiu as palavras, a voz grave e carregada de indignação. — Achou mesmo que eu não descobriria?
Alexia tentou soltar-se, mas a força dele era esmagadora. O olhar de Vicente não mostrava apenas raiva, mas também uma confusão que a surpreendia.
— É o meu corpo, Vicente! — Retrucou, ofegante. — Eu decido o que fazer!
— Não quando carrega o meu filho! — Gritou ele, aproximando-se ainda mais, como se quisesse fundir a respiração dele à dela. — Você não vai matá-lo!
As lágrimas desceram pelos olhos de Alexia, mas não de fraqueza. Era o misto de dor e raiva, o grito preso na garganta de anos de submissão.
— Você não entende… — Murmurou, a voz embargada. — Essa criança não é fruto de amor. É fruto da sua mentira.
Vicente pi