O sol de fim de tarde tingia a praça de tons dourados. Crianças corriam entre os bancos, o som das risadas misturando-se ao canto distante de um sanfoneiro. Alexia estava sentada sob a sombra de uma árvore frondosa, observando Norabel brincar com outras crianças. Joaquim se aproximou, trazendo nas mãos duas garrafas de água.
— Achei que ia precisar. — Disse ele, entregando uma.
— Obrigada. — Respondeu ela, aceitando com um sorriso breve.
Ficaram alguns instantes em silêncio, assistindo a menina correr. Joaquim, como sempre, parecia à vontade, mas seus olhos buscavam discretamente os de Alexia, como se tentassem ler algo que ela não dizia.
— Faz tempo que não conversamos direito. — Começou ele. — Desde o jantar na mansão Monteiro, parece que você tem me evitado.
— Não estou te evitando, Joaquim. Só… — Ela hesitou. — Tenho muita coisa na cabeça.
Ele inclinou-se levemente. — É por causa da Martina?
Alexia olhou para o chão. — Ela é minha amiga. Não quero fazer nada que a magoe.
Joaquim s