Cap.120
Um instante de desequilíbrio total.
Os olhos de Selene se arregalaram. Ela tentou se agarrar ao corrimão, mas a mão molhada escorregou no metal polido. Seu corpo foi lançado para trás, os braços girando no ar inutilmente.
Um breve vislumbre do sorriso ampliado e malicioso de Mima, do olhar satisfeito de Rose. Era exatamente o que queriam. Uma queda “acidental” na escadaria principal. Humilhante. Possivelmente grave. Ela não acreditava que sairia viva daquilo.
O tempo desacelerou. Selene sentiu o vazio nas costas, a iminência do impacto brutal contra os degraus de mármore duro. Fechou os olhos com força, os músculos se contraindo numa preparação inútil para a dor.
Mas o impacto nunca veio.
Em vez disso, houve um baque surdo — corpo sólido contra algo macio — seguido de um grunhido abafado.
Então, um par de braços fortes a blindou no ar.
Ela foi puxada violentamente para frente, contra um torso familiar, duro como rocha. O cheiro dele — um amadeirado caro, inconfundível — invadiu