No fundo, George nunca foi realmente meu, então nem fazia sentido pensar que ele poderia ir para outra.
Apesar disso, mesmo tentando ser racional e me convencer há muito tempo de que as coisas eram assim, bastava lembrar do encontro com ele e Mariana na rua para sentir aquele incômodo no peito.
Naquela noite, resolvi focar e me dedicar aos estudos sobre cada área dos empregos para os quais tinha enviado currículo. Me recusava a acreditar que não seria capaz de conseguir um trabalho comum como todo mundo.
Só que a vida, infelizmente, sempre fazia questão de mostrar que não era fácil para ninguém. Passei dois dias sem receber nem um convite para entrevista, minha caixa de entrada continuava vazia.
Com o passar do tempo, comecei a duvidar de mim mesma, achando que só podia haver algo errado comigo.
Foi Clara que tentou levantar meu astral.
— Relaxa, amiga! O que acontece é que você é boa demais para essas vagas, certeza que olharam seu currículo e imaginaram que ia se entediar rapidinho!