Flávia
Estávamos há quase um mês casados e a rotina era interessante. Era bom não ter que ir embora no fim do dia, nem vê-lo fechar a porta atrás de mim aos domingos. Acordar e dormir ao lado de Ricardo todos os dias era reconfortante, quase terapêutico. Caio parecia nem ter percebido a mudança — ou talvez tivesse, mas de um jeito natural, como se já se sentisse em casa desde sempre. Claro que ele amou todos os brinquedos novos, a mesinha, a caixa de carrinhos… tudo parecia feito sob medida para ele.
Como casal, estávamos nos dando bem. Ricardo continuava atencioso, carinhoso, sempre me surpreendia com pequenos presentes, gestos que mostravam que pensava em mim o tempo todo. Fazíamos amor praticamente todas as noites e, pela manhã, seguíamos juntos para o escritório. Nossa vida estava encaixada, quase perfeita.
— Flávia, na minha sala por favor. — ouvi a voz dele, firme, do jeito que usava no trabalho.
Me levantei, ajeitei a roupa e fui. Ao entrar, vi que não estávamos sozinhos.
— Com