Flávia
Celina saiu, então agora éramos só nós dois no elevador.
— Eu... — comecei a falar, sem saber exatamente o que responder.
Ricardo me encarava com um olhar tranquilo, como se não houvesse qualquer expectativa em sua pergunta. Mas eu sabia que havia.
Olhei de novo para a chuva intensa lá fora. Aceitar seria tão mais fácil. Tão mais simples do que fingir que não queria.
Soltei um suspiro discreto e finalmente respondi.
— Acho que sim.
Ele assentiu e pressionou o botão para o subsolo novamente. As portas se fecharam, e o elevador começou a descer.
No silêncio que se instalou, trocamos um olhar rápido. Não dissemos mais nada. Não precisávamos.
O elevador chegou ao subsolo e as portas se abriram lentamente. O estacionamento estava silencioso, apenas o som abafado da chuva lá fora preenchia o espaço.
Caminhamos juntos até o carro, e Ricardo destravou as portas antes de me lançar um olhar discreto.
— Você vai direto pra casa ou tem que passar na escola do Caio?
Minha mão apertou um pou