Flávia
Já passava das dez e meia, e nada dele chegar.
Esperei na sala por um tempo, andei de um lado pro outro, tentei me distrair com o celular, mas não adiantava — o silêncio da casa parecia me engolir. Acabei indo para o quarto e fiquei ali, olhando o relógio na mesinha de cabeceira, cada minuto arrastando o dobro do tempo. Não percebi quando adormeci.
Quando acordei, a cama estava fria. Ricardo não estava. Caio também não.
Droga… eu tinha dormido demais.
Levantei rápido, ainda tonta de sono, e fui direto pro banheiro. As roupas de Ricardo estavam no canto, as mesmas do dia anterior, amassadas no chão. Peguei-as para levar até a lavanderia e, no caminho, resolvi verificar os bolsos — um hábito meu, quase automático, só pra garantir que nada importante tivesse ficado ali.
Foi então que encontrei.
No bolso esquerdo da jaqueta, havia um cartão. Preto, com letras douradas.
“Samantha — Acompanhante de luxo.”
Por alguns segundos, eu só olhei, sem entender.
O coração começou a bater mais