Noah saía da sala de cirurgia quando o aviso no rádio interno ecoou no corredor:
— Emergência traumática chegando. Feminino, atropelamento. Vítima inconsciente. Sem identificação formal.
Ele não deu atenção imediata. Estava tirando as luvas, lavando as mãos, ouvindo Elias comentar algo sobre as suturas do caso anterior.
Mas então, o celular, que já estava no bolso da calça, estava vibrando.
Uma ligação de Leo.
— Leo?
— Noah...
A voz do outro lado estava quebrada.
— É a Clara.
Foi como se o som ao redor se diluísse.
Como se o mundo engasgasse.
— O quê?
— Ela... ela foi atropelada. Em frente à galeria. Eu tava chegando... eu vi... ela tá aqui no hospital. Trouxeram ela pra cá.
Noah não respondeu. Já estava correndo.
A emergência do hospital parecia mais fria do que o normal.
Ele passou pelas portas de vidro como quem arromba um destino.
Um enfermeiro tentou impedi-lo.
— Senhor, não pode entrar…
— Eu sou o Dr. Noah Bennett! Neurocirurgião residente, ela é… — a voz falhou, apenas por um s