Capítulo 16

Noah saiu cedo.

Vestiu a camisa branca com pressa tranquila, calçou os tênis escuros que Clara dizia “não combinar com o jaleco”, e pegou o café que ela tinha preparado com bilhete preso na tampa:

“Se o mundo tremer, lembre que suas mãos sabem onde apoiar a vida.

Boa sorte, meu doutor.”

Ele sorriu, dobrou o bilhete e guardou no bolso da calça — bem perto do coração.

Clara ficou observando ele sair pela janela. Noah não fazia ideia, mas era bonito até andando apressado. Principalmente quando virava para acenar antes de dobrar a esquina. E ele sempre virava. Sempre.

Ela respirou fundo e voltou para o ateliê.

Hoje, terminaria a tela central.

A tela esperava por ela no cavalete maior, no centro da sala.

Era grande.

Quase imponente.

Clara andou em volta dela, pegando pincéis, abrindo tintas, organizando panos. O rádio tocava algo instrumental, baixo, envolvente. Luz natural entrava pela janela lateral.

Ela olhou para a tela e falou como quem inicia um ritual:

— Tá na hora, né?

Pegou um dos
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