O último dia não veio com fogos.
Nem com promessas.
Ele chegou com o cheiro de café na cozinha.
O sol filtrado pelas cortinas de linho.
E Clara escrevendo de pijama no sofá, com os pés frios enfiados sob as pernas e uma caneca quente na mão.
Noah ainda dormia.
Ela gostava de observar como ele parecia mais leve agora.
O rosto mais tranquilo, os ombros menos sobrecarregados.
Como se o tempo tivesse passado, sim — mas deixado presente em vez de marcas.
Sobre a mesa, o novo caderno aberto:
Quando Voltamos.
Clara havia escrito os títulos dos capítulos.
E abaixo de cada um, deixara espaço.
Não para textos longos.
Mas para as palavras que sobreviveram às pausas.
Pegou a caneta e começou o dia com:
Capítulo 1 – O que ficou quando tudo parou.
“O silêncio.
E você, ainda ali.”
Quando Noah acordou, ela já havia passado tinta no papel.
Pintava pequenos traços com a ponta do dedo.
— Bom dia, Clarinha.
— Bom dia, meu ponto de retorno.
Ele se aproximou por trás, apoiou o queixo no ombro dela.
— Você