A sala de conferências do sexto andar sempre teve cheiro de café requentado e papel velho.
Naquele dia, parecia que a luz das lâmpadas brancas caía direto nos olhos de Noah.
O retroprojetor piscava no modo de espera.
Elias, como sempre, estava em pé ao lado da mesa principal com as mangas da camisa dobradas e um marcador azul entre os dedos.
— Vamos começar? — disse ele, olhando em volta.
Noah sentou-se na segunda fileira, com o tablet apoiado nas pernas. O café na mão tremia só pelo cansaço — era o que ele dizia a si mesmo.
A sala se acomodou. Alguém fez piada sobre a comida do refeitório. Todos riram.
Então Elias começou a falar.
— O caso que vamos discutir hoje é do paciente 109C. Masculino, 47 anos. Episódios recorrentes de síncope e alteração comportamental súbita.
As imagens da ressonância apareceram na tela.
Eram nítidas, claras, familiares.
Mas quando Elias perguntou:
— Dr. Bennett, pode nos lembrar o termo técnico para esse tipo de lesão subcortical?
Noah ficou em silêncio.
E