Amelie
“
Aos poucos abri os olhos, o ambiente estava um pouco escuro, tinha uma vela solitária no chão mais a frente. Mas eu estava presa, minhas mãos presas acima de minha cabeça e mesmo que estivesse sentada no chão, também havia correntes em meus pés.
— Eu disse para rezar, Amelie.
Assustei-me com aquela voz, eu conhecia. Era o padre. Aquele que me acompanhou da infância até quando me casei
— Eu disse que o pecado a consumiria. Você foi desobediente.
Procurei por ele sendo guiada pela voz, mas eu não via muito além da fraca luz produzida por aquela vela.
— Onde está seu terço? Você jogou fora?
— Não! Eu não joguei. — Minha voz saiu falhada, parecia que eu não a usava há muito tempo.
— Eu te disse para rezar todas as noites, Amelie. Se ajoelhar e ficar até sangrar. Por que desobedeceu?
— Eu não queria. — Puxei minhas mãos, estavam doendo, mas as argolas em volta dos meus pulsos eram apertadas.
— Queria sim, é sua natureza. Você nasceu para o pecado.
— Não… não é verdade… — sussurrei