“Uma pessoa possessiva não ama, faz reféns.”
Seu corpo inteiro endureceu como se reconhecesse um predador antes mesmo de virar.
Ela fechou os olhos por meio segundo — um reflexo antigo, quase apagado. Mas depois inspirou… e se virou devagar.
Cássio estava ali. Apoiado contra a parede de pedra escura, como se estivesse esperando por ela havia horas.
O rosto pálido. Os olhos vermelhos. A gravata solta. A camisa amassada.
Ele parecia… quebrado.
Mas havia outra coisa também. Algo torto. Algo obsessivo. Algo quase febril nos olhos.
— Precisamos conversar. — disse ele, com a voz arranhada. — Agora.
Helena piscou. A repulsa veio primeiro. A adrenalina veio em seguida.
Ela cruzou os braços, o queixo erguido — o corpo inteiro comunicando o que sua voz ainda não tinha dito.
— O que você está fazendo aqui?
Ele deu um passo. O tipo de passo que não era agressivo. Era… possessivo. E isso era ainda pior.
— Vim te buscar. — disse ele, como se fosse óbvio. Como se fosse direito dele. — Você não deve