"A segurança é quase uma superstição. Ela não existe na natureza, nem os filhos dos homens, como um todo, a experimentam." Helen Keller
Helena se apressou em virar o cavalete contra a parede assim que ouviu os passos de Santiago se aproximando da porta. Mabe já abanava o rabo feliz esperando-o ansiosa do lado de dentro.
Não queria que Santiago visse o quadro — não ainda. Queria revelar tudo de uma vez, como uma história completa, não pedaços soltos. Quando ele entrou na sala, encontrou-a ali, parada ao lado do cavalete virado, as mãos escondidas atrás do corpo como uma criança prestes a aprontar.
Santiago estreitou os olhos, desconfiado.
— O que você está escondendo de mim?
— Nada! — respondeu rápido demais.
Ele apontou com o queixo para o cavalete.
— Então por que isso aí está virado?
Helena ergueu o queixo com falsa inocência.
— Porque você já viu as duas primeiras telas. Agora… só vai ver quando eu tiver todas prontas.
Santiago colocou dramaticamente a mão no peito.
— Ai, isso é cr