“Nada amedronta mais o antigo opressor do que a liberdade recém-adquirida de sua vítima.”
O barulho do elevador ecoou pelo corredor apenas como ruído distante; nada parecia real para Cássio naquele momento. Enquanto duas pessoas o erguiam do chão — braços fortes sob as axilas, murmúrios abafados tentando organizá-lo.
Foi só então que algo, um estalo brutal, o puxou de volta. Ele arrancou os braços dos seguranças de cima de si com violência.
— ME SOLTEM! — rugiu, a voz vibrando contra as paredes. — Eu estou bem!
A frase saiu cortante, mas sua respiração estava longe de estável. A pele ainda estava fria, o suor escorria pela têmpora, e o terno impecável parecia sufocá-lo por dentro.
Os dois seguranças recuaram imediatamente, trocando olhares apreensivos.
Renato deu um passo à frente — cauteloso, como quem se aproxima de um animal ferido.
— Cássio… — chamou, com voz baixa. — Você acabou de ter um surto de estresse. Não está bem.
— Eu estou bem! — ele repetiu, com os olhos ardendo.
Ele pa