“A verdadeira pintura é sentir.” Paul Cézanne
Pela segunda vez, Santiago despertou descobrindo que a realidade podia ser melhor que qualquer sonho. Helena estava ali, aninhada ao seu lado, usando o braço dele como travesseiro, o rosto encaixado na curva do seu pescoço como se aquele fosse o lugar exato onde ela pertencia.
A respiração quente que roçava sua pele era a prova mais doce e incontestável de que nada daquilo era ilusão — era real, vivo, presente. Assim como o peso leve do corpo dela colado ao seu, encaixado como se tivesse sido moldado para estar ali.
Santiago permaneceu completamente imóvel, como se qualquer movimento pudesse quebrar o encanto e despertá-la. Tudo o que ele mais queria era prolongar aquele instante — aquela quietude rara, aquele calor tranquilo — por mais alguns minutos.
Inspirou devagar, captando o cheiro dela, e imediatamente as lembranças da noite anterior percorreram seu corpo como um arrepio lento, reacendendo cada detalhe gravado em sua pele.
...
Quan