Cássio chegou ao apartamento de Silvia com o peito ainda queimando de frustração. Nunca imaginou que Helena um dia tivesse a ousadia de confrontá-lo daquela forma, e muito menos de usar a amiga para fazer insinuações.
Ele sabia exatamente como seria.
Helena não suportava ficar sozinha — nunca suportou. Quando brigavam, bastava desaparecer por alguns dias e deixá-la remoendo o vazio.
No começo, ela fingia força, mas era só questão de tempo até o orgulho ceder. As ligações vinham em sequência, as mensagens cheias de arrependimento... e no fim, ela sempre cedia — mesmo quando ele era o único culpado.
Cássio sorriu com um canto da boca com o pensamento.
Silvia abriu a porta com aquele sorriso ensaiado. O corpo dela exalava feminilidade e confiança, a blusa de seda com os botões do colo abertos mostrando propositalmente as curvas do seio, a saia lápis marcando seus quadris. Ela sabia exatamente o efeito que tinha sobre ele.
Ele a ignorou por um momento, mas a proximidade já fazia o sangue