"Nenhum homem suporta ficar diante de sua própria verdade sem tremer" Albert Camus
Na manhã seguinte, Renato já estava há horas no Studio, esperando por Cássio. Mandara mensagens, tentara ligar incontáveis vezes, mas todas as chamadas caíam direto na caixa postal.
Andou de um lado para o outro, mãos na cintura, coração inquieto.
Algo estava errado.
Por fim, não suportou mais esperar. Pegou as chaves do carro e dirigiu até a casa do amigo.
O dedo tocou o interfone repetidas vezes, impaciente. Nada.
Mas o carro dele estava na garagem. A luz da sala acesa.
Renato franziu o cenho, revirou a carteira e encontrou o cartão de acesso da casa. Passou pelo leitor e empurrou a porta. O cheiro pungente de álcool o atingiu como um soco.
Olhou a volta, encontrou-o deitado no tapete aos pés de um cavalete. Garrafas de uísque vazias espalhadas no chão — uma delas caída, formando uma poça escura que se infiltrava pelas fibras do tecido.
Do quadro à frente, uma mulher, dentre o fogo, parecia ob